SIMPÓSIO

VI SIMPóSIO INTERNACIONAL EDiSo 2023: Epistemologia e produção de conhecimento nos estudos de discurso e sociedade: interdisciplinaridade, (re)apropriações e crítica

DATA

28 - Junio / 30 - Junio

LUGAR

Valladolid, España

PREÇO

10€

COMPARTILHAR

VI SIMPóSIO INTERNACIONAL EDiSo 2023: Epistemologia e produção de conhecimento nos estudos de discurso e sociedade: interdisciplinaridade, (re)apropriações e crítica

Epistemologia e produção de conhecimento nos estudos de discurso e sociedade: interdisciplinaridade, (re)apropriações e crítica /  Espistemology and knowledge production in research on discourse and society: Interdisciplinarity, (re)appropriations and criticality 

Como prática sociopolítica e discursivamente situada , a produção del conhecimento está sempre vinculada a formas mutáveis de validação e legitimação. Assim, a atenção recebida atualmente por variados movimentos sociais anti-establishment faz com que suas ideias transformadoras, suas práticas comunicativas e suas formas de organização social acarretem tanto um modelo de ação reconhecível por outros coletivos que experimentam formas similares de desigualdade, como um objeto de atenção suscetível de categorização, documentação e controle institucional. Sob essas condições, linhas de investigação socialmente orientadas, informadas por tradições epistemológicas preocupadas com o estudo de processos, práticas semióticas e experiências situadas atraem cada vez mais interesse de instituições do Estado e de organizações financiadoras de pesquisa, que agora lançam chamadas para projetos capazes de capturar mais de perto lógicas que emergem da denominada “sociedade civil”. De fato, essa reorientação tem impacto em tradições críticas, interpretativas e/ou etnográficas, as quais são agora percebidas como formas de conhecimento relevantes, apesar de terem estado historicamente marginalizadas em favor de paradigmas positivistas hegemônicos. Como consequência, grupos de pesquisa de um amplo espectro disciplinar são convidados a colaborar com programas interdisciplinares. Se por um lado isso contribui para a criação de espaços colaborativos de pesquisa, que tradicionalmente vinham sendo rechaçados por contrapor dinâmicas históricas de compartimentalização do conhecimento, por outro lado podem incentivar a reprodução de antigas hierarquias disciplinares pela (re)definição, (re)apropiação e tecnificação da produção de conhecimento. Isso se reflete, por exemplo, na proliferação de marcos metodológicos que, embora à primeira vista pareçam promover/celebrar a interdisciplinariedade, são muitas vezes lidos como articulações positivistas de perspectivas interpretativistas estabelecidas. Ao mesmo tempo, perspectivas críticas de pesquisa são cada vez mais atacadas por serem consideradas altamente politizadas ou por uma suposta falta de aplicação, incluindo o trabalho decolonial emergente, muitas vezes produzido por colegas marginalizades e precarizades cujo trabalho não se orienta necessariamente por concepções majoritárias do que se pressupõe como investigação “válida”. Este VI Simpósio Internacional de EDiSo propõe discutir o posicionamiento da pesquisa no campo dos estudos de discurso e sociedade, no marco das crises econômicas e dos nacionalismos extremistas contemporâneos. O simpósio propõe também a exploração de formas alternativas de produção de conhecimento em diversos paradigmas que não contribuam à “desepistemologização” e à despolitização das pesquisas sobre linguagem, discurso e comunicação. São bem-vindas contribuições orientadas a reflexões relacionadas às seguintes perguntas orientadoras:

1. Quais são as condições institucionais, socioeconômicas, políticas e de financiamento que dão forma a nossa produção de conhecimento nos contextos locais em que desenvolvemos nossas pesquisas? 

2. Que ideias e discursos sobre epistemologia (i.e. formas de saber) são promovidos por esses condições? Com quais consequências para nós e para as pessoas participantes de nossas pesquisas? 

3. Que oportunidades e riscos emergem desses espaços? Com que possibilidades para formas de ação transformadora?

4. De que diálogos interdisciplinares necessitamos para construir propostas de pesquisa que sejam financiáveis, mas que não imponham a nossas pesquisas modelos e categorias pré-estabelecidas? 

-------------------

Knowledge production is always sociopolitically and discursively situated, tied to shifting forms of validation and legitimation. Currently, we see how, as grassroots anti-establishment movements gain wide traction, their transformative ideas, communicative practices and forms of organisation become both a recognisable model of action for multiple collectives to enact reactions against shared struggles and an object of attention readily available to institutional categorisation, documentation and governance. Under such conditions, socially-oriented research that is epistemologically tuned to the study of processes, semiotic practices and lived experiences is getting more attention from governmental institutions of the State and beyond, including research funding organisations that are now calling for (and channelling resources to) research that better captures logics emerging from the so-called “civil society”. This is indeed having a particular impact on critical, interpretative and/or ethnographic traditions as they are then read as relevant ways of knowing despite them having been historically marginalised against the background of hegemonic positivist research paradigms. As a result, scholars from a wider range of disciplines are nowadays encouraged to engage more and more with calls for interdisciplinary research programmes. These create spaces for collaborative ways of conducting research that had previously been disfavoured under past pressures to knowledge compartmentalisation and disciplinary boundary-making. And yet, the recent push towards interdisciplinarity comes with its own risks as long-standing hierarchies are now (re)enacted and negotiated through (re)defining, (re)appropriating and technifying notions of research and knowledge production. This is reflected, for example, in the proliferation of methodological frameworks that at first sight seem to promote/celebrate interdisciplinarity but which are nonetheless felt by others as positivist recounts of previously well-estabished interpretivist perspectives. Simultaneously, we see how in many parts of the world critical research comes under attack for being ‘too political’ and ‘little applied’, including reactions to emerging decolonial work, which is very often produced by marginalised and precarious scholars who are not invested in mainstream views of “valid” research. In this VI EDiSo International Symposium we would like to engage in discussions about the position(ing) of research on discourse and society under current conditions of exacerbated nationalisms and interlocking crises. We would also like to explore alternative forms of knowledge production across paradigms that do not (de)epistomologise and (de)politicise language, discourse and communication scholarship. We welcome contributions that engage with these issues by way of addressing some of the following guiding questions: 

1. What are the relevant institutional, socioeconomic, political and funding conditions that shape our knowledge production in the very local settings where we conduct our research? 

2. What ideas and discourses about epistemology (i.e. ways of knowing) these conditions enable, with what consequences for ourselves and our research participants? 

3. What opportunities and risks come with trying to inhabit these spaces, with what possibilities for transformative action?

4. What kinds of interdisciplinary conversations do we need to engage in to construct research proposals that get funded yet do not force our research into pre-established moulds and categories?

Inscrever-se